Simbolismo

Folia aberta no Rio: prefeito entrega chave da cidade ao Rei Momo

Cerimônia foi realizada no Palácio da Cidade, em Botafogo

Rei Momo recebe a chave e celebra com a Rainha e Princesas do Carnaval
Rei Momo recebe a chave e celebra com a Rainha e Princesas do Carnaval |  Foto: Péricles Cutrim
 

O Carnaval 2023 já começou na cidade do Rio de Janeiro. Nesta sexta-feira (17), o prefeito Eduardo Paes entregou, em uma cerimônia no Palácio da Cidade, em Botafogo, a chave da cidade para o Rei Momo Djferson Mendes da Silva e, assim, deu-se início a tradicional abertura da folia na cidade. 

A cerimônia começou por volta das 12h30 com o desfile de Raul Faria Lima e Isa Xavier, conhecidos como "Dupla do Rio", que desfilaram com suas pernas de pau. Também estava presente a Banda da Guarda Municipal, regida por Ricardo Severino e o presidente da Riotur, Roni Costa. 

Em seu discurso, Paes afirmou que este é o Carnaval da democracia após as eleições e a pandemia de covid-19. “No ano passado, fizemos uma entrega simbólica dessa chave, mas ela se deu em condições não plenas no que podemos chamar de nossa festa do Carnaval, na capital mundial do Carnaval que é o Rio. Esse ano, do Carnaval pleno, celebramos a vida, depois de dois carnavais moldados pela pandemia, e também uma homenagem à democracia, e a história brasileira está cheia de episódios, nosso país foi colocado à prova das forças das nossas instituições e mais uma vez a população brasileira se mostrou mais forte”, afirmou ele ao passar as chaves da cidade para o Rei Momo. 

Djferson Mendes da Silva, o Rei Momo, conversou com o ENFOCO sobre como está animado para a folia desse ano. “A expectativa e que seja o Carnaval de vida, de vitória, de superação, mais uma vez o Carnaval se superando junto com a Prefeitura do Rio e a Riotur. Claro que tivemos perdas na pandemia, mas estamos vivos e renascemos de novo a cada dia, e o Carnaval vem renascendo de novo mais uma vez”, contou ele que foi o Rei Momo também em 2020. Djferson também já desfilou pela escola Estácio de Sá. 

A Rainha do Carnaval 2023, Mariana Ribeiro, disse que representa muitas bandeiras. “Mas a maior bandeira é a do Carnaval carioca e de todos os foliões. Acredito e espero que seja um dos maiores carnavais que já vivemos. Temos o coração dividido por quem perdemos, mas temos que continuar celebrando o Carnaval, que é nosso maior patrimônio e quem sobreviveu esse período, eu acredito, está com sede de Carnaval”, afirmou ela que já foi musa da Paraíso do Tuiuti.

Ainda como parte da Corte momesca, estavam presentes na cerimônia a 1ª princesa Monalisa Lucia de Carvalho, que já foi rainha do Carnaval da Argentina em 2012, 2013 e 2014, e a 2ª princesa, a jovem Rhuana Monteiro Risso, que falou do seu amor e da sua luta pelo samba. 

A cerimônia contou ainda com uma apresentação da Grande Rio, a vencedora do Carnaval 2022. Diego Nascimento, um dos intérpretes da escola, fez questão de dizer que é um privilégio para a escola estar na entrega da chave ao Rei Momo. 

A CHAVE 

A chave entregue pelo prefeito Eduardo Paes permanece durante todo o ano antes do Carnaval no Instituto Cultural Candonga, na Vila Isabel, onde funciona um instituto que preserva a história de José Geraldo de Jesus, que tinha o apelido de Candonga. Ele, que morreu em 1997, era amigo de Getúlio Vargas e também atuou na Marinha. Apesar de baiano, ele passou a morar no Rio ainda novo e se apaixonou pelo Carnaval carioca. Por causa disso, ele é uma figura marcante e foi o responsável por criar a chave da cidade, tradição que se mantém hoje com os filhos dele no Instituto. 

“Fazemos essa tradição até hoje. Trazemos a chave na cerimônia de hoje (sexta), damos para o prefeito, que dá para o Rei Momo, quando é aberto o Carnaval. Daqui, a chave vai para a Sapucaí, onde fica em um museu lá exposta para os visitantes e quem quiser ver. Ela fica lá até o sábado, no Desfile das Campeãs. O Candonga era funcionário da Riotur e ele levou a família para trabalhar com ele no Carnaval, eu mesmo tive influência dele no Carnaval desde os 13 anos”, disse Mauricio George de Jesus, filho de Candonga e responsável pela chave durante o ano. 

Ele contou que a chave vivia sumindo na década de 1970, então, seu pai pensou em criar uma chave oficial para evitar isso. “Ele disse que ia desenhar a chave, decorar e seria o guardião da chave, que antes era de madeira, de papelão, não era muito definida. E essa passou a ser a chave oficial do Rio de Janeiro. Ele passou a ser o guardião até o dia em que ele faleceu”, disse ele que contou que o pai já atuou como chefe da segurança do Canecão, atuou na Marinha e foi campeão de boxe. 

O carro de Candonga é o único que passa na Sapucaí. “Candonga pegava o carro dele e, dentro de seu carro, tinha remédio, agulha, água para dar para as pessoas. Nisso, ele ajudava nos desfiles de rua. Hoje, os três poderes municipal, estadual e federal reconheceram que o carro não pode sair da Marquês da Sapucaí e é o único carro que adentra e fica no recuo de bateria. É um respeito ao nome do Candonga e da tradição”, afirmou ele. 

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